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  • Foto do escritorCarol Dia

Texto não-escolhido _17



Se vc me perguntar por onde andei?



Se vc colocar uma interrogação nas coisas

Perceber os bugs tilts

Vamos sendo acostumadas

A ignorar

Fácil assim

Não pensar na própria vida ou o que faz quando está sozinha


Chorar também as lágrimas das ilusões perdidas num futuro somente imaginado mas que nunca existiu

Vc acha que é fácil para mim vou a cada dia que passa me aproximando de mim mesma e aprendendo a beleza de estar e sentir vida viva descolonizar o corpo o pensamento êêêta processo longo

Dói uma dor que sufoca e atravessa a alma das lembranças

Um banquete de suspiros

Sabe a gula que vc abre a boca pro mundo e arregala os olhos

porque antes tudo era prisão

Reinicia sabe e vê

Se vê

O mundo está realmente diferente mas não precisa se assustar

Ressignifica o antes e segue a caminhada


Aaaah se eu te contasse todos os meus planos

Aaaaa as possibilidades da real grandeza do vasto mundo

Parece uma vida simples acordar cedo sem obrigação e respirar ouvir seu som alto alto alto

Vento que refresca no calor de suar


Não, eu não vou fazer o que eu não quero, não acredito e não me faz feliz só pq vcs querem que assim seja

Que assim seja sem ser

Será que não é perceptível pra vcs?

Todas essas vozes insurgindo de dentro


In sur gir

Eu sei o que sou eu

Sei o que eu quero

Eu sei que eu posso

E que eu posso querer ser mais

Não é sobre estar confusa

É sobre mim mesma esse corpo ser que só é e está

E uma multidão de outras comigo

Erguendo-se depois de tanta submissão


Pode parecer estranho mesmo, mas se agora sou diferente é porque nunca me olharam antes

Não, não foi da noite para o dia

Nada é

O que eu fazia nos cantos das bibliotecas, das salas de aula e dos recreios…

Queta, sempre queta, quase sem voz

Vocês acham que quando eu passava minhas tardes entre prateleiras empoeiradas atrás de óculos de grau desnecessários

Todos aqueles cintos amarras e máscaras

Que botaram torta envergada olhando pro chão

Eu nunca coube nesses espaços pequenos e quadrados demais

Mas não sabia nem que podia sair quanto mais como

Mas o caminho se abriu

E com ele coragem

Eu disse há muito muito tempo

Eu cresci firmei a postura e ando hoje com os pés virados pra frente

Sinto muito que achem que a eu preciso voltar pra consertar as coisas

Tão mais nova eu sou pra ter que ensinar coisas sobre o tempo e que o passado já passou…

Não consigo e disso também já me libertei

Me sinto feliz e aliviada por viver uma vida da qual a eu criança sonhadora que sempre fui se orgulharia


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