Diálogo de Andança _ série inverno 2019 _n. 02
- Carol Dia
- 28 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
8 de julho tardinha noite
a rua é dura o asfalto pesa sobre a terra os carros passam a uma velocidade que o semáforo treme a rua está úmida da chuva que choveu sobre o asfalto que hoje de manhã estava quente os carros passam na sobra do amarelo voando e sobem micro pingos de água que choveu sobre o terra hoje de tarde sufocando o mormaço cru toda a rua é crua o calor temporário das máquinas artificial toda rua é suja sinto o cheiro fétido subindo dos meus tênis que pisaram na lama desviaram das poças de água refletindo luzes de postes amarelos esperaram na grama molhada a boa vontade do vermelho da buzina no barulho das seis ando quase correndo até o viaduto que passa correndo em cima das cabeças depois dele olho pra cima as árvores guardiãs de uma borda fétida sujeira que corre na água empoçada impedida de ser corrente pelo represamento de barreiras artificiais canos abertos aquela vala ali na frente sempre requer a mão tampando o nariz e o tempo todo a fumaça no ar no rosto na curva nos olhares
paro ali aonde é convencionado parar ali onde esperam normalmente olhando o celular
uma senhora pára ao meu lado resmungando eu olho e ela diz esperar é uma miséria né minina
eu digo é e rio
ela acende um cigarro e eu continuo a escrever no bloco de notas no celular observar lugares de espera convencionada
muitos outros esperantes ao nosso redor na estação lotada 18:45
uma bixa amiga passa quase correndo do outro lado nem dá tempo de gritar atrapalhar a pressa de também sair da estação dura rápida passageira só dá tempo de vê-la ao longe subindo escadas e sumindo atrás do muro
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